
Escravidão no Brasil
Escravidão no Brasil
Após várias tentativas de escravizar os indígenas nativos do Brasil, sem sucesso pois os nativos não entendiam a logica de acumular bens e eram rotulados de preguiçosos pelos europeus.
A melhor alternativa encontrada foi trazer escravizados da África, onde vinham para o Brasil (a partir de 1535) em condições desumanas e muitos morriam na viagem, os que sobreviviam eram vendidos ainda no porto para fazendeiros que os usariam para produzir riquezas, que nunca seriam deles. Havia muito grande demanda de escravizados pois sua expectativa de vida era pequena mas após serem comprados e ir para a fazenda os escravizados recebiam uma calça e uma camiseta de tecido fino, e nos sul um casaco de um tecido um pouco mais grosso, que devia durar até sua morte ou até sua venda para outra fazenda, então era comum encontrar pessoas quase nuas trabalhando nas fazendas pois as roupas não duravam tanto.
Os homens negros escravizados trabalhavam nas fazendas de cana-de-açúcar e café, no plantio e na colheita, ou seja, trabalhavam com a terra. Na região das Minas Gerais, esses homens trabalhavam diretamente com a mineração, e isso reduzia significativamente sua expectativa de vida e além de aumentar a supervisão dos senhores para evitar contrabando de metais. No Sul do pais, esses homens trabalhavam nas charqueadas que eram fazendas que produziam charque (carne salgada) para importar para o resto do pais, esses lugares eram usados como castigos para escravizados vistos como rebeldes, pois a expectativa de vida de um escravizado no sul não chegava a um ano após da chegada em virtude do rigoroso inverno e pelo contato direto com o sal que necrosa pequenas partes do corpo (como a ponta dos dedos, do nariz e das orelhas). Já as mulheres escravizadas, em todo o país, faziam trabalhos domésticos, cozinhavam e cuidavam dos filhos dos senhores em muitos casos eram amas de leite dessas crianças. Deviam também ter filhos para aumentar o número de escravizados das fazendas, e assim que essas crianças aprendiam a caminhar já faziam pequenos trabalhos para seus senhores também.
Os escravizados tinham uma alimentação muito pobre, geralmente com partes menos nobres dos animais carneados nas fazendas, verduras e legumes não consumidos pelos senhores e em alguns casos era permitido que os escravizados mantivessem uma pequena horta para se alimentar. Os escravizados dormiam todo em um cômodo grande conhecido como senzala, que não tinha janelas e a porta era trancada por fora, para evitar possíveis fugas. As únicas formas de liberdade eram as fugas ou as cartas de alforria que podiam ser compradas pelos escravizados, mas como esses não recebiam salario por seu trabalho eram raras as pessoas que conseguiam comprar sua liberdade.
Os escravizados não tinha controle sobre seu próprio corpo, já que eram vistos como um objeto para servir seus senhores, então castigos físicos eram muito comuns e eram cenas comuns de se ver nas fazendas eram os negros extremamente machucados e presos a um tronco onde todos os outros escravizados podiam ver. As mulheres escravizadas também sofriam violência física normalmente vinda por parte das senhoras e eram constantemente estupradas por seus senhores.
O sistema de escravidão atrasou o desenvolvimento tecnológico do pais, pois como a mão-de-obra africana aparecia infinita era mais fácil perder pessoas (como acontecia nas minas e nas charqueadas) e por outras no seu lugar do que desenvolver tecnologia para evitar esses acidentes.
É importante ressaltar também que ao chegar os negros de um mesmo grupo eram separados e vendidos para fazendas diferentes, pois cada grupo tinha uma cultura, uma língua e uma religião e ao serem separados se tornava mais difícil formularem revoltas contra os seus senhores.
Conforme as ideias iluministas foram tomando espaço na Europa a escravidão começou a ser mal vista e países como a Inglaterra começaram a cria pressão para que o Brasil abolisse a pratica, então em 1850 a Lei Eusebio de Queiros, proibiu o trafico de pessoas da África para o Brasil, em 1871 a Lei do Ventre Livre dava liberdade ao filhos de escravizadas. Em 1879, houve um movimento dos intelectuais e políticos que defendia a abolição da escravidão imediatamente já que as leis não eram realmente eficazes.
Em 1885 a Lei do Sexagenário dava liberdade aos escravizados com mais de 60 anos, e em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel (herdeira do trono real) por pressão da elite intelectual assinou a lei Aurea que abolia a escravidão do pais.
Com a abolição da escravidão e inicio do trabalho assalariado, mas nenhuma politica publica para os negros libertos essas pessoas ficaram a margem da sociedade e vemos reflexos nisso até a sociedade atual.
Imagem 1 : Navios negreiros
Imagem 2: Interior de uma senzala
Imagem 3: Escravizados mantendo sua cultura.
Referencias das imagens:
Imagem 1: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era...
Imagem 2: https://jogodavidaweb.wordpress.com/2017/02/18/sen...
Imagem 3: https://www.jornalopcao.com.br/opcao-cultural/a-se...
Questões de Enem e vestibulares
Questão 1
Oficialmente, a abolição da escravidão no Brasil ocorre através da:
a) Lei do Ventre Livre
b) Lei Eusébio de Queirós
c) Lei Áurea
d) Lei dos Sexagenários
e) Lei Bill Aberdeen
Questão 2
(FATEC) A escravidão indígena adotada no início da colonização do Brasil, foi progressivamente abandonada e substituída pela africana, entre outros motivos, devido:
a) ao constante empenho do Papado na defesa dos índios contra os colonos.
b) à bem sucedida campanha dos jesuítas em favor dos índios.
c) à completa incapacidade dos índios para o trabalho.
d) aos grandes lucros proporcionados pelo tráfico negreiro aos capitais particulares e à coroa.
e) ao desejo manifestado pelos negros de emigrarem para o Brasil em busca de trabalho.
Questão 3
(UFC), as relações de produção escravista predominaram no Brasil, em especial nas áreas de plantation e de mineração. Sobre este sistema escravista é correto afirmar que:
a) impediu as negociações entre escravos e senhores, daí o grande número de fugas.
b) favoreceu ao longo dos anos a acumulação de capital em razão do tráfico negreiro.
c) possibilitou a cristianização dos escravos, fazendo desaparecer as culturas africanas.
d) foi combatido por inúmeras revoltas escravas, como a dos Malês e a do Contestado.
e) foi alimentado pelo fluxo contínuo de mão de obra africana até o momento de sua extinção em 1822.
Gabarito:
Questão 1:aQuestão 2:dQuestão 3:b